domingo, 10 de agosto de 2008

HD Grava melhor do que o Master Glass?

JOAQUIM CUTRIM OPINA:
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Minha conclusão: O HD é uma mídia magnética e pode acrescentar às cópias o efeito de tornar "woodier" and "silkier" o som, principalmente dos instrumentos acústicos. Daí uma das melhorias, pois o emadeiramento e o aveludamento provocado pelo efeito magnético melhoraria o som. Outra coisa é que um HD lê semelhante um Tape Deck, sem o hiss; e é também uma leitura analógica melhorada: Ele trabalha à vácuo e a leitura não é feita por canhão, e sim por uma cabeça que se aproxima mas não toca a superfície da mídia magnética. Ela se aproxima nanômetros mas não toca a mídia. Isso é muito mais perfeito do que tiros de canhão que podem ir perdendo o foco com o tempo, ainda tem isso. Mas para mim, o que pode estar aí fazendo a diferença que dizem os audiófilos de sons digitalizados é o efeito "wooding" and "silking" dos meios magnéticos. Talvez seja melhor ir por este caminho e pesquisar mais esse porquê.
Joaquim M. Cutrim joaquim777@gmail.com
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PS: Um "master glass" produz perfeitamente só até 10.000 cópias. Esse limite tem que ser respeitado. Estão respeitando? Outra: o controle de qualidade artesanal é um - o interessado é o próprio copiador. E o industrial? Será que ele tem mais interesse que o particular no controle de qualidade?

domingo, 3 de agosto de 2008

LP não tem porque chiar.

Outra coisa que preciso explicar e que é fonte de uma grande injustiça em relação ao vinil: LP não tem porque chiar… Isso é coisa de quem não conhece, NEM O PRODUTO, NEM TOCA-DISCOS! Quando um LP “chia” é porque: Ou ele rodou anos e anos a fio com a mesma agulha, que se desgastou (a validade é de 500 horas) e conseqüentemente destruiu os sulcos (grooves) ou uma faixa deles (já que nem toda agulha tange no mesmo ponto, ou simplesmente porque está sujo!!! LP brilhando não quer dizer que esteja limpo! Tem que ser lavado sempre que se notar som ruim ou agulha sujando ao percorrer a faixa ou, mesmo começando limpa, chegar suja ao fim da faixa. Não pode chegar suja no final do vinil, jamais. Senão tem que lavar, e lave de acordo com as minhas sugestões (siga a risco) em http://limpezadevinis.blogspot.com Quantos aos estalinhos e plics e plocs, isso é coisa de quem não deu valor ao objeto, não o manuseou corretamente e o deixou em cima de mesas, deixou raspar ou encostar em móveis ou em outros objetos pontiagudos, mesmo que de madeira. Mas mesmo assim GARANTO que os plics e plocs, estalinhos, NÃO RETIRAM A FIDELIDADE E NEM A MUSICALIDADE DO LP, pois eles só arranharam as “lands” e não os sulcos, que permanecem íntegos, se houve vigilante troca de agulha. E quanto aos estalos de energia estática, que podem vir mesmo num LP “zero km”, eles podem ser eliminados completamente com uma pistola anti-estática chamada “Zero Static” que pode ser comprada na www.needledoctor.com um dos maiores sites de áudio do mundo, situado em Meneápolis, EUA, com um simples cartão de crédito. Eu tenho alguns LP’s raros arranhados mas que tocam com uma pureza musical incrível.
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Outra resposta:
Meu caro, distribuir pela rede o que? A porcaria de som que é o mp3? Cheio de perdas musicais? E a Capa do Vinil, como v. vai distribuir pela internet? V. acha que do outro lado tem alguém com uma gráfica profissional para reproduzir a arte gráfica que é o vinil?O que v. não saca é que a indústria está percebendo um novo nicho comercial: O Vinil aliado ao download. Cada vinil trará um código (senha) para download integral do disco. Outra coisa que v. ainda não “acordou” é que são consumidores diferenciados: O de download, o de CD e o de LP (Embora possam gostar dos 3 ao mesmo tempo, nada impede). O Consumidor de LP, que diga-se de passagem, não se importa com preço, pois um vinil completo é um livro musical, pois traz textos e fotografia, além do som original de gravação, sem conversões ou sujeições a erros de leitora. Então não há como “PIRATEAR” mesmo um som perfeito como o do vinil, encorpado, emadeirado, aveludado e mais equilibrado em termos de médios, agudos e graves. Na conversão para mp3 vão ocorrer perdas lamentáveis para um bom equipamento e um bom ouvido. (Aliás, os jovens que usam iPod andam perdendo a audição, segundo pequisa e mídia televisiva, pelo excesso de volume, pois andam com aquilo na rua e a rua já é por si só barulhenta). Mas voltando ao assunto, também não existe PIRATARIA de capa e encartes de vinil. Ficou claro?
Lembrando que ainda tem o comprador de LP que vai querer passar seu LP para ouvir em CD no carro, já que há muitos já existem toca-discos ripadores (aqueles fabricados com saída USB) (Aqui no Brasil a Sony vende um). Muitos estão comprando estes toca-discos ripadores para gravar sua coleção inteira em CD, para ouvir no carro ou em lugares onde o LP não deve ir… por exemplo, um passeio ao ar livre, onde v. poderá levar um aparelhinho tipo “tamborzinho” para curtir o passeio.
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Marcos comentou: (Em 03/08/08).
Olá, Joaquim. Ha uns tempos comprei uns discos de música classica importados em um sebo. O melhor deles, é um duplo alemão com as Segunda e Nona Sinfonias de Beethoven. Muito bem.... como de costume, lavei os discos com água, detergente e algodão. Coloquei-os para tocar. Para o meu espanto, ELES NÃO ESTALAM! O máximo é um pop bem baixinho, mas insignificante, mesmo em volumes mais altos. Fora a qualidade da musica, o som é maravilhoso.Musica classica, eu compro só disco importado. Os poucos nacionais que eu tenho sao ruins (aquelas ediçoes da Abril Cultural) e colocar o disco alemão perto desses é covardia. É um disco de 75, denso, bem feito e bem acabado, bonito de ver.... e os envelopes sao de papel, nada daqueles plásticos..... o preço nos sebos é basicamente o mesmo, e por isso dou preferencia aos importados.Meu Cabeça Dinossauro em vinil soa ainda mais agressivo que o CD. Comprei o cd e o Nós Vamos Invadir Sua Praia também porque estavam fora de catálogo e ouço eles no iPod ou no computador no serviço. Em casa, só em vinil. Meu toca discos é um Philips AH-928 e já soa assim bem e superior ao CD. Não consigo imaginar meus disquinhos tocando em um TD e equipamento profissa.... Hoje comprei uns compactos, um Procol Harum - A Whiter Shade of Pale, Fevers - Já Cansei, e Hermanns Hermits - No Milk Today. O estado deles estava feio.... mas após uma lavagem ficaram bons (eu nao toco eles sem lavar, mesmo os que compro no Mercado Livre). Aparentam estar sujos ainda, apesar do som ser bom e sem estalos.... por isso vou lavar amanhã novamente. Bem... é isso aí... t+
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Joaquim Cutrim Respondeu:
Realmente, os discos importados eruditos, principalmente, são dedicados a audiófilos e precisam ser grossos para ter uma prensagem mais perfeita, mais potente (mais apertada) para que os sulcos sejam mais profundos e mais bem acabados. Daí precisarem ser de 160 g; 180 ou 200 gramas. A mixagem também é mais cuidadosa, mais discutida com o maestro e talvez seja um analógico puro gravado no sistema Living Stereo, onde não há nenhuma fase digital. O sitema que tem fase digital é o Dynagroove. Living stereo significa estéreo ao vivo, com total ausência de interferência digital.Eu também lavo meus discos, sejam eles comprados onde forem: Lacrados dos EUA ou UK, ou Rússia - os novos, lacrados vem com um óleo originário da prensa nos sulcos e deve ser retirado. E os de sebo, ainda que de execelentes Sebos, como a SEBODODISCO em São Paulo, também tem que ser lavados: Afinal não se conhece o método deles ou simplesmente nunca o foram.Realmente LP não tem porque estalar. Eu me deparei com um sujeito ignorante (no sentido mais correto da palavra, e não chulo) e ele me disse que eu colecionava LP's certamente porque era um saudosista... O cara não me conhecia... Eu disse logo pra ele que som digital não prestava, e que o som fiel seria o do LP porque era íntegro, integral... (Não só fisicamente (Física), mas dentro da minha filosofia de preservação da arte que defendo no meu 1° blog como a minha forma de educação musical e de entender a arte). Ele retrucou na ponta da língua: E os estalos? Dissera-lhe que um LP limpo, bem lavado não estalava assim como um LP "zero Km". E que possíveis estalos que houvessem seriam de estática, e que poderiam ser removidos com a pistola "Zero Static" adquirida na needledoctor. Ele ficou pasmo e eu ainda lhe falei da quantização imperfeita geradora da metalização do som e do 0dB que mata a dinâmica do CD nas freqüências mais altas, pois há um corte pelo software. Ele ficou zonzo... dei-lhe uns exemplares dos meus blogs já impressos pra ele ler e aprender e perguntar o que quiser. Falei-lhe que aquilo era uma pesquisa que já durava 4 anos, junto a fontes internacionais e poucas nacionais. Mudando no mesmo assunto, já há muito estou nessa de redescobrir a música brasieira e internacional dos anos 60, 70 e 80. Há muita coisa maravilhosa simplesmente, como o LP original de Gigliola Cinqüetti de 1968 original que adquiri recentemente pela Sebododisco de São Paulo (40 mil itens). E mais: penso com você: Música deve ser boa pra você, te emocionar, sem rótulos ou preconceitos. Arte não tem bula, como remédio. Pode ter estética, mas isso fica com os maestros e quem conhece. Então pode ser quem for (há muitos chamados de "bregas" que já cantaram clássicos da MB). Nada de rótulos: O crítico e emocionado "sou o eu", e não a mídia de massa, o senso comum arrogante da classe média que pensa que é bem informada só porque lê Folha de São Paulo e Jornal do Brasil, como se esses jornais fossem especializados ou não cometessem imperfeições intelectuais. Penso como Marilena Chauí: Não me informo na mídia: Devemos sentir o mundo e filtrar as notícias com um "background" de sociologia e psicologia. E não precisamos ser psicólogos e nem sociólogos... basta ler, apenas. Leituras científicas, textos elaborados com metodologia científica. Um grande abraço! Joaquim Cutrim.

sábado, 2 de agosto de 2008

Médios e Agudos Rachados?

Fernando perguntou em 02 de agosto de 2008:
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Em 02/08/08, Fernando escreveu: Olá Joaquim tudo bem? Primeiramente parabéns pelo seus blogs na internet que contém informações importantíssimas sobre o audio analógico e os discos de vinil. É o seguinte, adquiri um toca discos da Numark modelo TT-500 e uma cápsula Stanton 680 com agulha elíptica. Gosto muito da originalidade do vinil e o som desses discos é único, parece uma magia que nos deixa encantados. O problema é que não estou obtendo o desempenho que esperava na reprodução dos discos. Os agudos distorcem em passagens onde o som fica mais "alto" e os médios rachados. Já fiz todo tipo de ajuste no toca-discos. Estou utilizando o braço em "S" para evitar erros de trilhagem, segui na medida do possível aquele tutorial do clube do áudio sobre como instalar uma cápsula... O som no geral é bem definido e tem excelente separação de canais. Acho que o culpado disso tudo deve ser o meu pré de phono. Que deve ser um dos piores phono stage já que ele está equipando um receiver da philips desses mais modernos. Estou pensando em adquirir um pré de phono, dedicado, bem melhor ao que equipa esse receiver. Mas antes de gastar dinheiro num pré de phono gostaria de uma opinião. Será que o meu problema realmente é o meu pré de phono? Você tem alguma sugestão? Obrigado.
Joaquim Respondeu:
Troque apenas a headshell. Pode ser ela a responsável pela ressonância-parasita no cantilever da agulha. Cantilever e Headshell é um casamento único, ou dá certo ou não dá. Isso já aconteceu comigo, médios e agudos rachados - a troca da headshell foi suficiente. Troque também a agulha: Uma agulha só dura 500 horas, a sua já deve estar desgastada, principalmente se v. adquiriu esse conjunto de 2ª mão. Toca-disco NOVO - agulha NOVA! Prefira as agulhas cônicas às elípticas, elas agridem menos os sulcos. Se depois da troca de headshell e agulha (comece pelo item mais barato) aí sim, v. troca o tal pré de phono. Mas pré-de-phono só se usa quando a tensão da cápsula é muito BAIXA, tipo 1,5 mv (Geralmente só Moving Coil é que vem com essas tensões baixas). Fernando, a relação dinâmica entre BRAÇO-AGULHA(Cantilever)-
HEADSHEL é determinante por causa da criação de ressonâncias espúrias canceladoras de freqüências médias e agudas. Esse cancelamento pela inversão da onda vibracional entre esses elementos ou inversão de fase de onda é o responsável por muitos problemas dessa natureza. Mas comece pela agulha, item mais barato.
Você só não me disse se a ortophon era do tipo "Concorde". Aí complica, porque ela é diferente, não há hedshell, aí pode ser o caso de troca dela própria. Mas a ordem é: 1°: agulha; 2°: Headshell; 3° Cápsula, se a sua for Concorde e simultaneamente a troca do Pré-de-Phono, o que for mais barato. Outra Coisa: Cuidado com a regulagem do peso do braço para a cápsula/agulha que está usando - v. está fazendo o VTA corretamente? Está sabendo zerar o contrapeso?
Um grande abraço e boa sorte! Joaquim.